quarta-feira, 27 de maio de 2009

A morte do corpo não mata a essência do Ser

A noite foi, ao meu perceber, longa, mesmo sabendo que no tempo todas as noites são iguais! Mas, esta foi a longa, muito longo! Recebi a notícia que você, meu amigo, tinha morrido! Morrido? É, que o seu corpo perdeu todas as funções, e, enquanto objeto biológico, já não tinha nenhuma atividade! Bem, é isto que chamamos de morte e os seus efeitos sobre os vivos chamamos de morrer!
Os teus olhos já não olham mais...Já não ouço mais a tua voz... já não sinto mais a textura suave da tua pele..já não tenho os momentos da tua presença...
Mas que coisa: estou triste porque os teus olhos não olham mais, porque a tua voz não me fala mais, porque as tuas mãos não me cumprimentam mais, porque a tua presença não me cativa mais! Mais isto significa alguma coisa? Pelo jeito, estou triste porque foi eu quem perdiu o teu olhar; perdi a tua fala, perdi as tuas mãos, perdi a tua presença.
Choramos não pelo ser, mas simplesmente pelo corpo! O corpo do outro, em vida, é objeto do nosso desejo nas formas mais diversas...Mas, se o Ser do ser não é o corpo mais sim pre-sencia em essência, por que nos negamos existir quando este corpo se esvai? Por que esquecemos que, se o outro existiu em nós no corpo, se a sua presença se fez marcar o nosso Ser, a ausência deste corpo será apenas uma brincadeira? Por que? Bem! Muitas respostas! Mas, quem sabe, entre outros motivos, pelo fato de não aprendemos a amar a essência do Ser, na mesma proporção que amamos a aparência do corpo! A morte no corpo não mata a essência do Ser.

Um comentário:

CANTARES... vivendo um grande amor disse...

no passado foste vampiro e agora eu é que tenho as presas.amei de montão essa reflexão.
O SER É INFINITAMENTE MAIS IMPORTANTE E NECESSÁRIO PQ É IMORTAL.d